" Ide por todo o mundo e pregai o evangelho
          Marcos 16:15
Jesuseapalavra.com
Copyright©Todos os Direitos Reservados 2007-2018 Jesuseapalavra.com
Marcos 16:15
Revistas
Diga-me o que tu postas e te direis quem és
Que os meios de comunicação sempre tiveram influência direta no comportamento das pessoas é inquestionável.Mas o que ninguém previu foi o "boom" dos anos 2000.As redes sociais simplesmente deram uma guinada na forma de se comunicar da sociedade atual.Mas por que elas tiveram tanta força em nossas vidas?
    Bem,na verdade há uma questão fundamental que nos ajuda a entender o fenômeno.É que as mídias sociais satisfazem duas necessidades básicas do ser humano:se expressar e ser ouvido.E se tratando de comunicação em massa,essas necessidades eram um grito entalado na garganta há mais de 500 anos.Pois,desde a invenção da imprensa por Gutenberg no século XV,do surgimento do rádio no século XIX,da TV e da internet no século XX,o povo foi compelido a somente ver e ouvir (vale lembrar que a internet na sua primeira fase,chamada de web 1.0 era estática e não interativa).Praticamente,a unica interação das pessoas dinate dessas tecnologias era contemplar a exposição e a opinião de escritores,locutores e apresentadores.Em resumo,desde o surgimento da comunicação em massa o povo almejava a oportunidade de fazer eco com a sua própria voz.
    Foi então que há pouco mais de 10 anos as redes sociais explodiram e se popularizaram de forma desenfreada.E o potencial delas se demonstrou assustador.Hoje a voz do povo está tão alta e acreditada que ela influencia pensamentos,comportamentos e decisões do próprio povo.Os especialistas chamam esas proeza de inteligência coletiva,isto é,todo mundo compartilha sua inteligência  individual formando a inteligência coletiva,que por sua vez influencia a inteligência coletiva,que por sua vez influencia a inteligência individual;é um circulo que se retroalimenta.Aliás,esse acontecimento vem tirando o sono das outras mídias de comunicação, pois,até pouco tempo esse nível de influência era exclusivista dos veículos unilaterais.
    Apesar de surgirem novos hábitos e comportamentos dessa geração que respira as mídias interativas,e de obviamente ser notória as mudanças sociais causadas por esses meios,nem tudo o que acontece dentro desse contexto é novo.As redes sociais não modofocaram os comportamentos básicos do ser humano,elas simplesmente os revelaram,deram uma lente de aumento ao que sempre foi intrínseco às pessoas.
    Todavia,precisamos entender que os meios de comunicação social não são - por si só - os responsáveis pelas mutações comunitárias,esses meios são na verdade uma vitrine onde se expõe a natureza humana;e essa sim é a grande causadora do rebuliço.No anseio de se expressarem e serem ouvidas,as pessoas expõem insistentemente o que fazem e o que são; e essa exposição maciça dos indivídos e de suas tendências tem influenciado a sociedade de forma sutil e poderosa.Cada publicação deixa um pouquinho de si em quem a contempla.Por isso,mesmo que hajam fatores positivos no uso dessas ferramentas digitais,é necessário muito cuidado sobre o que enviamos e recebemos,sobre quem seguimos e quem nos segue.
    Contudo,apesar de sermos responsáveis pelo que vemos na internet,somos ainda mais comprometidos com aquilo que publicamos.Por isso,ao divulgarmos algo,precisamos partir do princípio que estamos publicando a nossa índole,e isso sempre influenciará alguém,para o bem ou para o mal.Não é exagero imaginar que as redes sociais são como um campo minado onde,ao menor deslize,uma bomba pode explodir.E é estressante tratar de problemas reais decorrentes do mundo virtual,pois a gente sabe que eles poderiam ser evitados por um clique a menos.
    A grande questão é que tudo o que a gente curte,comenta e posta é uma imagem de nós mesmos que  estamos transmitindo.É inevitável.E devido a diminuição das relações reais e o aumento das virutais,as pessoas usam muito mais as nossas interações na rede do que nossas ações reais para definirem quem nós somos.Absolutamente,os nossos hábitos virtuais são reveladores sim!Por isso,é de se pensar quando dizem por aí que nós somos os que postamos.A verdade é que se fizermos uma análise honesta da nossa timeline vamos perceber traços da nossa própria personalidade,indícios do nosso temperamento e a sombra do nosso caráter.
    Mas toda essa situação pode se tornar ainda mais séria quando se trata da família pastoral.Existe uma curiosidade diferente das pessoas sober a vida do seu pastor,da esposa e dos filhos dele. E a vitrine da rede é um excelente lugar para matarem essa curiosidade.Muitas vezes,as visitas em nosso perfil não deixam rastro,mas muitas delas observam até mesmo as curtidas que foram dadas.Os comentários em postagens,vez por outra,geram ciumes em seguidores que não recebem essas atenção.E as fotos,essas sim,são a máxima satisfação da vontade de saber o que os filhos do pastor comem,o que o pastor veste quando não está na igreja,o nível de vaidade e maturidade da esposa ou onde essa família passeia.Ainda sobre postagens da família pastoral,uma certeza podemos ter:alguém fará "comentários offline" sem que a gente jamais saiba.
    Outro aspecto dessa situação é a influência que a família pastoral tem.Não poucas pessoas confiam nas nossas atitudes como uma criança acredita nas dos seus pais.E quando se fala de comportamento do cristão nas redes digitais,muitas pessoas usam como modelo a ser seguido os hábitos virtuais do seu pastor e de sua família.Aceitemos ou não,a comunidade de membros - e até a de não membros - olha para o pastor,sua esposa e seus filhos esperando que sejamos diferentes,melhores.O título de "exemplos" nos é dado sem opção de escolha e a partir daí todos os nosso movimentos poderão ser seguidos,imitados e compartilhados como algo positivo,mesmo que as vezes não sejam.
    Por fim,diante de muitas possibilidades desagradáveis,é prudente aceitar as orientações disponíveis nas literaturas e palestras que nos advertem sobre as variações de perigos da exposição virtual,e sempre usar a sabedoria que Deus disponibiliza antes de uma postagem.Devemos também ter consciência de que o que fazemos na rede inevitavelmente afetará positiva ou negativamente a imagem da família ministerial e do próprio ministério.Por isso,a mais radical e melhor atitude que podemos ter diante desse assunto é aceitar o apelo que um colega de ministério tem feito por aí: entregue sua rede socia a Jesus.

                            Pr. Lélis Souza Silva
                      MBA Comunicação Corporativa Denominacional
                      Departamental Ministério Jovem UNoB
AFAM